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Sem chuvas para as próximas semanas, crise hídrica na Bacia do Alto Paraguai deve se agravar

A crise hídrica que afeta a Bacia do Alto Paraguai (BAP) com reflexos diretos no Pantanal deve se agravar com o prolongamento do regime de chuvas abaixo da média histórica, o que já afeta a navegabilidade dos principais rios da região e tem impacto direto sobre todas as atividades. A avaliação é dos integrantes dos diferentes organismos que compõem a Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, durante a quinta reunião realizada por meio virtual na tarde dessa sexta-feira (6).

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, participou da reunião representando o Governo de Mato Grosso do Sul. “O que está claro de acordo com os dados apresentados é que a situação sinaliza para aumento do nível crítico. Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes como a Agropecuária, o transporte hidroviário sobretudo de minérios que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, frisou.

Durante a reunião, representantes do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do Serviço Geológico do Brasil e do Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentaram dados do quantitativo de chuvas, níveis dos rios e previsões para as próximas semanas. Todos mostram cenários preocupantes de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas.

Esse quadro levou a ANA (Agência Nacional das Águas) a criar a Sala de Crise que realiza reuniões mensais para atualizar a situação hídrica da região. Em maio, a ANA decidiu declarar “escassez hídrica” em toda Bacia do Alto Paraguai e indicou medidas para serem adotadas pelos agentes públicos e privados a fim de enfrentar o problema.

Verruck chama a atenção para os baixos níveis do rio Paraguai que vêm caindo rapidamente nos últimos dias. Em julho a régua de Ladário marcava 74 centímetros; em agosto caiu para 17 centímetros e nessa sexta-feira (6) já estava em 11 centímetros. O mesmo ocorre com a régua instalada em Porto Murtinho: caiu de 169 centímetros para 128 centímetros em um mês. O mais impressionante ocorre quando o rio passa por Assunção. Nessa sexta-feira (6) foi quebrado o recorde histórico para aquele ponto em 121 anos de medição: – 77 centímetros.

Para amenizar a situação, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada em Mato Grosso, tem liberado mais água do que represa. Isso ajuda a manter o nível dos rios, mas é uma medida de curto prazo.

Por outro lado, a seca severa e a diminuição no nível da água permitem que se executem obras de manutenção em alguns pontos do calado do rio, muito necessárias para garantir a navegabilidade. “O Governo do Estado e o Dnit aguardam autorização do Ibama para executar essas obras em seis pontos abaixo do tramo sul”, pontuou Verruck.

Também participaram da reunião, pelo Governo de Mato Grosso do Sul, o coordenador de Mineração da Semadesc, Eduardo Pereira e o gerente de Recursos Hídricos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Sampaio.

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