O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) deve ser o próximo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. A eleição deve ser feita a partir de fevereiro. Cabe à comissão sabatinar os indicados do governo a cargos diplomáticos. As decisões servem como umas das etapas da escolha e devem ser referendadas posteriormente pelo plenário do Senado. Se confirmado, Nelsinho substituirá Renan Calheiros (MDB-AL), que deve ficar com o comando da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa Alta.
Nelsinho já presidiu a Comissão de Relações Exteriores de 2019 a 2020. Na época, um dos debates da comissão seria uma possível sabatina do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A ideia era aventada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que queria emplacar o filho num cargo de diplomacia na principal economia do mundo. Depois de críticas de oposicionistas ao governo, Jair Bolsonaro recuou e desistiu de indicar Eduardo.
Outras comissões
Em geral, os indicados costumam ser definidos por meio de um acordo antes das votações. As escolhas levam em conta o tamanho das bancadas, articulações partidárias e trocas de apoio pela eleição à presidência do Senado.
No momento, as negociações ainda estão em curso, mas alguns nomes já estão praticamente definidos. Além de Relações Exteriores, o PSD deve ficar com a principal comissão da Casa, a CCJ (Constituição e Justiça), com Otto Alencar (PSD-BA). O colegiado é tido como estratégico, já que pode dar o sinal verde ou barrar projetos de emendas à Constituição.
A escolha se deu como moeda de troca pelo apoio do partido, que tem 15 senadores, à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) ao comando da Casa. O senador baiano tinha interesse de se lançar candidato à presidência do Senado, mas abriu mão da disputa e pavimentou ainda mais o caminho de Alcolumbre.
A eleição de Otto na CCJ seria uma boa notícia também para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, a CCJ é presidida por Alcolumbre, parlamentar amapaense que, embora siga o governo Lula na maioria das votações, mantém uma relação pragmática e por vezes imprevisível com o Planalto.
Já ocupou, inclusive, o cargo de líder interino do governo no Senado. A CAE deve ficar com Renan Calheiros (MDB-AL). Experiente, o alagoano terá o poder de definir o ritmo de votações da maioria dos projetos econômicos.
A comissão também é responsável por sabatinar os indicados do governo para alguns cargos econômicos, como o Banco Central. O MDB também será agraciado com a CAS (Comissão de Assuntos Sociais), que será ocupada por Marcelo Castro (PI).
Saiba, abaixo, quem deve ficar com as comissões do Senado:
O PL, a 2ª maior bancada, com 14 senadores, deve ocupar as comissões de Infraestrutura, com Marcos Rogério (RO), e Segurança Pública, com Flávio Bolsonaro (RJ). Já a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo ficará com Dorinha Seabra (União Brasil-TO), enquanto a de Direitos Humanos deverá ser presidida por Damares Alves (Republicanos-DF).
O senador Flávio Arns (PSB-PR) trocará a Comissão de Educação e Cultura, que ficará com Teresa Leitão (PT-PE), pela de Ciência e Tecnologia. Além da Comissão de Educação, o PT também ficará responsável pela CMA (Comissão de Meio Ambiente).
A escolha recairá sobre Fabiano Contarato (PT-ES). Ao Podemos caberá a Comissão de Agricultura. Será presidida por Zequinha Marinho (PA), congressista ligado ao agronegócio.