O ano de 2025 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional das Cooperativas e, como forma de discutir a importância deste setor, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participou, nesta quinta-feira (10), do seminário “Impacto do Cooperativismo no Desenvolvimento do Brasil”, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), na sede do banco, no Rio de Janeiro.
Representando o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o assessor especial Carlos Augustin destacou a parceria entre o Mapa e o BNDES, fundamental para a disponibilização de recursos aos produtores rurais, ressaltando a linha dolarizada lançada no Plano Safra 2024/25. “A nossa saída este ano é o dólar. Nós temos que fomentar o setor e sermos criativos. Nós vamos fazer o custeio em dólar funcionar neste ano. O ministro Fávaro pediu para agradecer os laços de união entre o Mapa e o BNDES. Vamos trabalhar mais juntos e achar soluções para as cooperativas”, disse Carlos Augustin na abertura do seminário.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que as cooperativas são instrumentos pilares de acesso ao crédito para os produtores rurais, representam força econômica e social, e que as principais cooperativas são do setor agrícola. “Metade da produção de alimentos no Brasil é feita por meio das cooperativas. Elas ajudam na compra de insumos, na comercialização dos produtos, fornecem orientação tecnológica. É o sistema que chega na ponta, e é importante que haja fomento. O BNDES é o banco das cooperativas”, ressaltou Mercadante.
Em 2024, as cooperativas de crédito foram responsáveis por 34% das operações de repasse aprovadas pelo banco por meio de agentes financeiros parceiros. Setecentas cooperativas de crédito atendem mais de 17,9 milhões de cooperados e possuem ativos que ultrapassam R$ 809 bilhões.
O presidente da OCB, Márcio Freitas, reforçou como este ano é importante para o cooperativismo e que a sustentabilidade é um fator primordial para o crescimento do setor. “Sustentabilidade não é um passivo, é um ativo que nós temos, pelo modelo de negócio que adotamos. O cooperativismo tem, naturalmente, este ativo: gera sustentabilidade, preserva a natureza”, disse Freitas.
PAINÉIS TEMÁTICOS
O seminário foi estruturado por dois painéis temáticos que abordaram diferentes perspectivas do cooperativismo. No primeiro, foram discutidos os impactos do cooperativismo de crédito no desenvolvimento econômico e social do Brasil. E, no segundo, o cooperativismo de produção agroindustrial e o desenvolvimento sustentável, que contou com a participação do secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto.
Existem mais de 1.100 cooperativas agropecuárias e, durante o painel, o secretário Pedro Neto apresentou as estratégias do Mapa para este setor. Citou o Passaporte Agro, pelo qual a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) realiza aproximações com as cooperativas para facilitar as exportações brasileiras. Além do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários (PNCPD), do Plano ABC+ e da Plataforma AgroBrasil + Sustentável.
“O governo brasileiro precisa dotar os nossos produtores rurais, dotar os nossos instrumentos, e as cooperativas são um vetor fundamental para a economia. A ideia é avançar com essas estratégias, consolidando a posição cooperativa no Brasil e no mundo, buscando formas de apoiar o setor, usando os mecanismos da intercooperação e avançando com o perfil cooperativo para o Nordeste e o Norte”, ressaltou Pedro Neto.
Participaram ainda da comitiva do Mapa no evento o secretário adjunto de Políticas Agrícolas, Wilson Vaz, e o superintendente de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro, Raphael Tostes.
