Diante da confirmação de um foco de gripe aviária em granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o Governo de Mato Grosso do Sul convocou na tarde de segunda-feira (19), uma reunião on-line com representantes de todos os segmentos da cadeia produtiva da avicultura do Estado. A iniciativa foi coordenada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e teve como objetivo avaliar os possíveis impactos e reforçar as ações preventivas de vigilância sanitária.
Participaram do encontro o secretário da Semadesc, Jaime Verruck; o secretário-adjunto Artur Falcette; o secretário-executivo Rogério Beretta; o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold; o diretor-adjunto Cristiano Oliveira; e o coordenador de Pecuária da Semadesc, Marivaldo Miranda e o técnico Rubens Correa. Também estiveram presentes representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura), da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul), da Assembleia Legislativa, da Secretaria de Estado de Saúde e das empresas Frango Belo, JBS e BRF — que operam ativamente no mercado avícola estadual.
Durante a reunião, o Mapa apresentou um panorama das medidas adotadas até o momento, como o isolamento sanitário da área afetada e o cumprimento dos protocolos internacionais de contenção. “Todas as medidas já foram tomadas pelo Ministério da Agricultura em relação à granja no Rio Grande do Sul. Há também outros seis casos em avaliação no país, mas nenhuma nova confirmação até agora”, informou o secretário Jaime Verruck. O Brasil, segundo ele, seguirá sob restrições de exportação por no mínimo 28 dias, em razão do ciclo do vírus da gripe aviária. “Alguns países já suspenderam temporariamente as compras de todo o território nacional. O nosso trabalho agora é reforçar o diálogo para que essas restrições sejam regionais, e não nacionais, como ocorreu anteriormente”, completou.



O titular da Semadesc destacou que as indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul, como a JBS de Sidrolândia — que destina cerca de 80% da produção à exportação — e a unidade da BRF, ainda não registraram alterações nos fluxos de produção ou nos alojamentos. “As empresas estão acompanhando o cenário internacional, mas seguem operando normalmente. Vamos continuar monitorando para que, se houver impactos, tenhamos condição de agir com rapidez”, disse Verruck.
Como encaminhamento, uma campanha educativa será implementada de forma imediata, coordenada pela Avimasul, com foco na biossegurança das granjas e na capacitação das equipes responsáveis pela apanha de frangos. “Todas as nossas granjas já possuem protocolos de biossegurança, mas é fundamental reforçar, recapacitar e garantir que todos os trabalhadores estejam preparados. A gripe aviária é uma preocupação, está presente no país, e precisamos manter vigilância constante, como já estamos fazendo em Mato Grosso do Sul”, alertou o secretário.
Segundo ele, o alinhamento entre governo, indústria e setor produtivo é essencial para que Mato Grosso do Sul continue livre de focos e mantenha sua posição estratégica no mercado avícola. “Nosso compromisso é garantir uma atuação conjunta, transparente e técnica. As informações devem ser homogêneas, e as ações precisam ser coordenadas para preservar a confiança dos mercados e proteger nossa produção”, finalizou Verruck. Uma nova reunião foi marcada para a próxima semana, com o objetivo de reavaliar o cenário e reforçar a articulação institucional.



Exportações o setor avícola em MS
Em 2024, Mato Grosso do Sul exportou cerca de 359 milhões de dólares em carne de frango, totalizando aproximadamente 178 mil toneladas embarcadas. Os principais destinos foram China, Japão e Iraque, que juntos representaram quase 44% do valor exportado. Já nos primeiros quatro meses de 2025, as exportações somaram cerca de US$ 134 milhões e 66 mil toneladas, os principais destinos foram China (17%) e Japão (16%).
Em 2024, o Brasil exportou US$ 9,74 bilhões em carne de frango, com volume total de 5,16 bilhões de quilos (5,16 milhões de toneladas). Nesse contexto, o Mato Grosso do Sul respondeu por 3,7% do valor total e 3,5% do volume, com US$ 359 milhões exportados e 178 mil toneladas embarcadas.
Já no acumulado de janeiro a abril de 2025, o Brasil exportou US$ 3,42 bilhões e 1,81 milhão de toneladas, enquanto o Mato Grosso do Sul contribuiu com US$ 133,9 milhões e 65,8 mil toneladas. Isso representa 3,9% do valor e 3,6% do volume nacional.