A autorização para a construção de um novo trecho ferroviário e a modernização da Malha Oeste em Mato Grosso do Sul foram discutidas nesta quinta-feira (30), em Brasília, pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia), em reunião com o secretário Nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Cezar Ribeiro. O secretário adjunto Artur Falcette e o assessor de Logística da Semadesc, Lúcio Lagemann, participaram do encontro.
O primeiro ponto discutido foi a construção de uma ferrovia de 47 quilômetros, ligando o projeto Sucuriú Arauco à Malha Oeste. O processo de autorização está em andamento na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e já foi encaminhado ao Ministério da Infraestrutura e à Secretaria de Portos. Conforme o cronograma estabelecido, a expectativa é que, até o final de março, a resolução autorizando a obra seja publicada.
O secretário Jaime Verruck lembra que a empresa de celulose Arauco sinalizou que pretende iniciar a construção da ferrovia em setembro deste ano. “Dentro desse cronograma, a Arauco tem uma sinalização de iniciar essa obra em setembro desse ano. Então, nós teríamos aí a primeira autorização da ferrovia Shortline, uma ferrovia ligando a indústria até a Malha Norte, para futuramente fazer todas as operações de exportação de celulose da Arauco”, afirmou. O investimento na unidade da Arauco é de 4,6 bilhões de dólares, reforçando a relevância do projeto para a economia estadual.
O titular da Semadesc destacou, ainda, que a ferrovia da Arauco pode ser a primeira ferrovia Shortline do Brasil a ser autorizada após a regulamentação da lei do marco regulatório das ferrovias. “Provavelmente, consolidando com a primeira autorização ferroviária do Brasil, após a regulamentação da lei do marco regulatório das ferrovias”, enfatizou o secretário.
O segundo tema abordado foi a revitalização da Malha Oeste. O plano em discussão prevê a recapacitação do trecho entre Corumbá e Porto Esperança, a rebitolagem da linha entre Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, além da construção de um novo trecho ferroviário conectando Três Lagoas a Aparecida do Taboado e à operação da Suzano. Atualmente, o TCU (Tribunal de Contas da União) avalia a proposta e, caso seja aprovada, os investimentos poderão ser realizados a partir do segundo semestre deste ano, com previsão de conclusão para 2026.
Jaime Verruck destacou a importância da infraestrutura ferroviária para o desenvolvimento econômico do Estado, especialmente no que diz respeito à competitividade do setor de celulose e biocombustíveis. “Temos que garantir a competitividade de Mato Grosso do Sul, e o transporte ferroviário é um elemento estratégico dentro dessa perspectiva. O fortalecimento das ferrovias vai contribuir para melhorar o escoamento da produção até o Porto de Santos, impulsionando a logística e a economia regional”, finalizou o secretário.