O produtor rural de Mato Grosso do Sul acelerou a semeadura da soja e já atingiu 55% do total. Conforme os dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), até o dia 25 de outubro, a área plantada chegava a 2,475 milhões de hectares.
A porcentagem de área plantada na safra 2024/2025 é superior em 9,5 pontos porcentuais, em relação à safra 2023/2024, para a data de 25 de outubro.
O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Ângelo Ximenes, disse ao Correio do Estado que as chuvas não vieram em setembro, concentrando todo o plantio em outubro e novembro.
“A maioria dos produtores espera ter umidade para que possa plantar na certeza, porque, quando você planta no pó ou sem umidade, tem a incerteza de que pode demorar para chover e a germinação fica falhada, não fica uniforme, ou seja, ocasiona perdas”, revela.
Considerando a situação climática de MS, Ximenes reitera que produtor “caça a chuva”. “Então, o produtor está plantando realmente nas áreas que ganharam mais chuva. Dessa forma, o produtor começa primeiro nesse perímetro e, então, vai às outras [áreas] até terminar a sua área”, detalha.
Segundo o boletim técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), a região sul está com o plantio mais avançado, com média de 63,9%, enquanto a região central do Estado está com 43,1% e a região norte, com 36,0% de média.
A estimativa é de que a safra seja 6,8% maior em relação ao ciclo passado, atingindo a área de 4,501 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 51,7 sacas por hectare, gerando a expectativa de produção de 13,977 milhões de toneladas.
CLIMA
Em função de um cenário climático desafiador, nas duas últimas safras de Mato Grosso do Sul, a semeadura teve seu início adiado por causa da falta de chuvas. Historicamente, cerca de 70% do plantio fica concentrado entre 18 de outubro e 8 de novembro.
Conforme o boletim técnico, o sucesso no cultivo da soja em MS está ligado às condições climáticas específicas da região
“Dessa forma, é fundamental valer-se de informações técnicas ao adotar estratégias de gerenciamento de riscos. A mitigação de riscos é essencial, especialmente quando as condições climáticas apresentam oscilações ao longo do ciclo da cultura”.
“Táticas, como o escalonamento do plantio, são cruciais para atenuar vulnerabilidades associadas às adversidades climáticas que podem prejudicar o desenvolvimento da soja”, detalha o informativo da Aprosoja-MS.
Mato Grosso do Sul está sob influência de um La Niña de intensidade fraca a moderada, em que o clima pode ser afetado por outros fenômenos, como frentes atmosféricas e ciclones tropicais.
Conforme já publicado pelo Correio do Estado, o agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan, enfatiza que o clima não tem sido algo fácil de se prever.
“A exemplo de 2024, um ano de El Niño, normal de ocorrer calor e chuvas. Ficamos só com o calor desta vez, bem acima do normal por sinal. Por outro lado, fomos castigados com seca, principalmente na safrinha”.