As Câmaras Técnicas constituídas ainda durante o I Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, realizado em março de 2024, em Campo Grande, tiveram seis meses para estudar e debater as temáticas relacionadas a cada grupo. Após muitas reuniões, discussões e alinhamentos de opiniões, foram elaboradas Notas Técnicas que resumem os assuntos e as soluções apontadas por cada Câmara Técnica, e entregues durante o III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, realizado nessa terça-feira (10), no Centro de Convenções de Bonito.
Foram instituídas as Câmaras Técnicas do Bioma Pantanal, dos Recursos Hídricos e dos Impactos Ambientais e Adaptações Urbanas. Representantes de cada Câmara Técnica tiveram 10 minutos para expor os estudos realizados e, ao final, entregar a Nota Técnica ao secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck. Agora, o Governo do Estado vai avaliar as propostas e dentro da viabilidade, transformar em ações práticas.
A vice-coordenadora da Câmara Técnica de Recursos Hídricos, Ana Beatriz de Melo, representante da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), disse que a Nota Técnica de seu grupo se dividiu em quatro eixos: segurança hídrica, governança e regulamentação, educação e comunicação, dados e monitoramento. Com base nesses pilares, desenvolveram uma série de estratégias, com metas e objetivos pretendidos. “Esse documento oferece caminhos técnico-científico, estruturante e político sólidos para orientar a construção de um futuro sustentável, eficiente, inclusivo no seu uso e conservação dos recursos hídricos em Mato Grosso do Sul”, conclui a Nota Técnica de Recursos Hídricos.
Pedro Henrique Branco, vice-coordenador da Câmara Técnica de Impactos Climáticos e Adaptações Urbanas, disse que o trabalho do grupo buscou “olhar para o território sul-mato-grossense como um organismo vivo e complexo” e as propostas elencadas estão reunidas em quatro temas: saúde única, áreas verdes urbanas, capacitação técnica dos municípios e tecnologia da informação. Entre as ações práticas sugeridas estão a formulação da Política Estadual de Saúde Única, reunindo todos os dados relativos à sanidade da população; também uma Política Estadual de Urbanização que fomente, regulamente e monitore as áreas verdes urbanas; e a criação de um Observatório Digital de Mitigações Climáticas para reunir todas as informações pertinentes ao tema.
Por fim, a Nota Técnica da Câmara Técnica do Bioma Pantanal, entregue pelo vice-coordenador Fábio Martins Aires, abordou assuntos sensíveis como os incêndios florestais, a hidrovia, mineração, a pecuária e outras atividades econômicas presentes há séculos no território. Propuseram a formulação de legislação para normatizar a relação entre humanos e grandes felinos, criação de mecanismos financeiros para custear ações de mitigação de conflitos entre humanos e onças, pesquisa e monitoramento dessa espécie e capacitação de públicos estratégicos para promover o conhecimento sobre a coexistência e manejo de conflitos humano-fauna.