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Avançam obras de infraestrutura e negociações para viabilizar comércio internacional em MS

Uma série de reuniões estratégicas e avanços significativos na infraestrutura marcaram as últimas semanas no processo de viabilização e desenvolvimento do Corredor Bioceânico de Capricórnio. A rota rodoviária, que visa conectar o Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, passando pelo Paraguai e Argentina, teve importantes progressos tanto na definição de estratégias quanto na execução de obras essenciais para a viabilidade do trajeto.

No âmbito do Plano Mestre Regional de Integração e Desenvolvimento do Corredor Bioceânico de Capricórnio (PM-CBC), representantes do Brasil e do Paraguai se reuniram em Foz do Iguaçu no final de fevereiro para debater desafios e soluções voltadas à facilitação do comércio e dos processos transfronteiriços. O encontro, acompanhado pelos assessores da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Lúcio Lagemann e Dannielle Paiva, contou com a presença de setores público e privado e teve como objetivo alinhar estratégias para aprimorar a logística e a conectividade da rota internacional.

O plano, que conta com apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), prevê ações em três eixos principais: infraestrutura física e digital, desenvolvimento produtivo e comercial, e melhorias no fluxo aduaneiro entre os países. Com a iniciativa, espera-se fortalecer a gestão regional e facilitar o trânsito de mercadorias, beneficiando diretamente a economia dos países envolvidos.

O consultor internacional Eduardo Simas, que participou da reunião, destacou a importância da modernização do comércio exterior por meio de novas tecnologias e integração de infraestruturas. “A digitalização dos processos aumenta a transparência e a eficiência nas aduanas, reduzindo barreiras burocráticas e harmonizando procedimentos”, afirmou. Segundo ele, o projeto Processo Transfronteiriço e Facilitação do Comércio no Corredor Bioceânico de Capricórnio, coordenado pelo Procomex, desempenha um papel fundamental nesse avanço ao mediar os interesses do setor público e privado.

Simas também enfatizou que ainda existem resistências entre os setores, mas que há uma disposição conjunta para superar desafios. “As reuniões são essenciais para padronizar as exigências nas aduanas, evitando interpretações divergentes da legislação. Como costumo dizer, temos um Brasil e mil receitas federais, ilustrando como cada ponto de fronteira possui sua própria interpretação da norma, apesar da uniformidade da legislação”, explicou. Segundo ele, superar essa resistência é crucial para garantir maior fluidez no comércio entre os países do corredor.

Além disso, Simas ressaltou que os projetos Procomex e Colfax desempenham um papel decisivo na padronização dos procedimentos aduaneiros. Com essas transformações, o corredor bioceânico não apenas fortalece a integração entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, como também cria novas oportunidades logísticas, consolidando a América do Sul como um eixo comercial estratégico para o mercado asiático.

Novas obras impulsionam o Corredor Bioceânico 

Além das discussões estratégicas, o Corredor Bioceânico registrou avanços concretos em sua infraestrutura. O governador de Salta, Gustavo Sáenz, anunciou a construção de uma nova ponte sobre o Rio Pilcomayo, entre Pozo Hondo (Paraguai) e Mission La Paz (Argentina). Com investimentos estimados em US$ 70 milhões, financiados pelo governo paraguaio, a obra será um ponto crucial para a integração rodoviária da região.

Enquanto isso, no Paraguai, seguem em ritmo acelerado as obras do trecho que liga Mariscal Estigarribia a Pozo Hondo, na chamada Picada 500. Os trabalhos incluem pavimentação, movimentação de solo e construção de estrutura viária, beneficiando cerca de 41 mil habitantes e facilitando o escoamento de mercadorias. No total, o Paraguai investe US$ 1 bilhão no corredor, abrangendo trechos que conectam Carmelo Peralta a Loma Plata e Mariscal Estigarribia a Pozo Hondo.

Impacto econômico e projeções futuras 

A conclusão do Corredor Bioceânico promete reduzir em até 40% os custos logísticos para exportação de produtos brasileiros, paraguaios e argentinos para o mercado asiático. A nova rota viabilizará o transporte direto para os portos chilenos de Mejillones, Antofagasta, Tocopilla e Iquique, sem a necessidade de atravessar o Canal do Panamá.

O projeto reforça o compromisso dos governos envolvidos em melhorar a infraestrutura regional e promover o desenvolvimento econômico, tornando a América do Sul mais competitiva no comércio internacional. Com a continuidade dos investimentos e o alinhamento estratégico entre os países, o Corredor Bioceânico se consolida como uma das mais promissoras rotas de exportação do continente.

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