A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) confirmou que os dois casos que estavam em investigação para gripe aviária em Mato Grosso do Sul deram negativo. As suspeitas foram registradas nos municípios de Angélica e Jardim.
Conforme a Iagro, as duas suspeitas registradas são em aves domésticas criadas na área rural de Mato Grosso do Sul. Até agora, ao todo, 50 casos registrados em 27 municípios do Estado foram descartados.
Em nota, o diretor presidente da Iagro, Daniel Ingold, ressaltou que a apuração de suspeitas faz parte da rotina da Iagro. “Em situações específicas, como a emergência sanitária no Rio Grande do Sul, onde um caso foi confirmado na última quinta-feira (15), é esperado um aumento inicial no número de notificações e investigações”, disse.
Ele reforçou que a tendência é que tenham mais suspeitas de caso devido ao receio dos produtores, o que faz parte dos procedimentos regulares do Instituto. “A Iagro segue rigorosamente os protocolos estabelecidos, com equipe treinada e preparada, atuando com agilidade, eficiência e transparência em todas as ocorrências”, explicou.
Ao longo da história, Mato Grosso do Sul teve apenas um caso confirmado de gripe aviária, que ocorreu em 2023, em Bonito. Atualmente, estão sendo investigadas suspeitas de gripe aviária no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Ceará, Tocantins e Pará, totalizando 11 municípios.
Com a identificação dos casos de gripe aviária no país, a União Europeia e mais 12 países vetaram a importação dos produtos de origem aviária nacional. Assim, a perspectiva é que haja maior oferta de frangos e ovos o que, consequentemente, deve gerar uma queda nos preços para o consumidor final.
A China foi o primeiro país a suspender totalmente a compra dos produtos avícolas do Brasil. Além dela, Argentina, Uruguai, Chile, México, Arábia Saudita, África do Sul, Canadá e Coreia do Sul, além da União Europeia adotaram a mesma postura.
Em contrapartida, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que os focos de gripe aviária detectados no Rio Grande do Sul não devem impactar significativamente o preço da carne de frango.
Apesar da suspensão temporária das exportações para mais de uma dezena de países, Fávaro acredita que haverá apenas pequenas variações nos preços, com possibilidade de excesso de oferta nos próximos 10 a 15 dias, que será absorvido pelo mercado interno ou redirecionado para países com protocolos mais flexíveis.
O boletim divulgado pela Casa Rural Avicultura no início deste mês revelou que a exportação de carne de frango in natura apresentou um crescimento de 43%, o que representa um montante de US$ 103,3 milhões para Mato Grosso do Sul.
Somente em março de 2025, foram exportadas 17,7 mil toneladas, aumento de 38% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em comparação com o mesmo período de 2024, Mato Grosso do Sul registrou um crescimento de 27% nas exportações e de 33% no lucro obtido pelo setor.
O ministro destacou que, apesar das restrições temporárias, 70% da produção de carne de frango é destinada ao mercado interno, o que contribui para a estabilidade dos preços.