Ainda não foi detectado no Brasil, mas o bicudo-vermelho (Rhynchophorus ferrugineus) já está presente no Uruguai, Aruba e Curaçao (Caribe) e Ásia.
Em 2018, a Embrapa lançou o primeiro alerta com a intenção de prevenir com medidas de controle caso seja detectado no Brasil. Seu poder destruidor é devastador, “silencioso” e difícil de detectar, pois ataca culturas permanentes, sendo assim mais grave do que as culturas anuais.
Por esse motivo, a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) lançou mais uma publicação com objetivo de manter o alerta aos pesquisadores, engenheiros-agrônomos, técnicos e produtores agrícolas quanto à necessidade de estarem atentos à sua presença nas culturas de dendê, palmeiras e coqueiros.
A publicação, dessa vez, aborda as diferenças entre o bicudo-vermelho e a já conhecida broca-do-olho do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum), importante praga presente em coqueirais brasileiros, que foi e continua sendo estudada na Embrapa. A letalidade da broca-do-olho do-coqueiro é muito menor, pois o inseto injeta poucas larvas na mesma planta, abandona-o e não ataca plantas jovens, nos viveiros sem floração, enquanto o bicudo-vermelho injeta muitas larvas, vive na planta, promove gerações e ataca plantas novas ainda no viveiro, além das adultas no campo.
E para agravar ainda mais as dificuldades, o bicudo-vermelho pode ser confundido com a broca-do-olho-do-coqueiro, devido à grande variação na coloração dos insetos adultos. Nesses casos, a confirmação da espécie deve ser realizada por especialistas.
O alerta ressalta que a prevenção é a forma mais racional e econômica de evitar sua disseminação. Para isso, é necessário conhecer bem esta praga, e que pesquisadores, técnicos e principalmente os produtores de palmáceas e coqueiros estejam cientes da sua letalidade e conhecer o inseto. O texto aconselha, além de estar atento, entrar em contato com técnicos agrícolas capazes de detectar a diferença entre os dois insetos.
Como prevenção, os pesquisadores Adenir Teodoro e Élio Guzzo, ambos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, estiveram em Omã, na península arábica, no sudeste da Ásia, com objetivo de conhecer melhor o bicudo-vermelho, as plantas afetadas e os possíveis meios de controle. “Detectamos de perto os danos causados e conhecemos melhor o inseto”, atestou o pesquisador Adenir Teodoro.
Devido à gravidade e relevância global do bicudo-vermelho, o alerta foi publicado em três línguas – português, inglês e espanhol – com objetivo de atingir os principais países produtores.
Acesse os folhetos de alerta sobre o bicudo-vermelho, sua letalidade e principais característica e as diferenças entre a o bicudo vermelho e a broca-do-olho-do-olho- coqueiro.
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